“A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa. (George Orwell)
A marca se manifesta nas pichações das grandes cidades. Cada uma delas é um sinal de um grito rebelde abafado e o registro de alguém que se sente a margem da sociedade e com sua marca (picho) quer gritar que existe.
A marca vende mais do que o conteúdo, e se o conteúdo é ruim, a marca garante a venda. O que vale mais é o símbolo, o nome de conhecimento mundial e popular, anulando-se o gosto pessoal de cada indivíduo.
A marca é um meio usado pela propaganda e marketing para marcarem os indivíduos para sempre em uma ilusão de pertencerem a um “seleto grupo”, o grupo dos “privilegiados” que detém a marca.
A marca se revela no corpo através das tatuagens e piercings que são as expressões dos gostos e preferências das pessoas.
A marca do preconceito étnico estigmatiza povos, crucifica pessoas pela sua cor e simboliza exclusão e o horror humano, como a estrela de Davi que marcava os judeus no holocausto.
A marca se reconhece nos sinais das mãos ao se “benzer” com uma cruz, ao reconhecer “irmãos” que fazem parte de sociedades secretas e ao maldizer e xingar com os dedos o objeto do ódio.
A marca revela pegadas, desvenda crimes bárbaros e deixa cicatrizes no corpo e na alma.
A marca da morte é a nossa natureza pecaminosa, nosso desejo de sangue, nossa ira contra tudo aquilo que nem entendemos direito por conta de nossa ignorância. O pecado sempre deixa marcas!
A marca da Besta é um número do seu nome, essa numerologia besta que nos transforma em meros números. Números de identidade, CPF, conta de banco, senha, peso, altura, cintura, censo… somos números para políticos e “poderosos” deste mundo, tão somente números e nada mais.
A marca de um besta é a irracionalidade, é o ódio cego àquilo que nem entende, é o discurso repetitivo e robótico assimilado da mídia que se transforma em realidade na boca desse gado humano.
A marca é um código que se compra e que se vende capaz de deixar de fora do consumo um dia desses aqueles que não se deixarem rotular. Um ser humano não é um rótulo!
A marca é capaz de anular o ser, pois a marca se torna o registro e a coisa mais importante daquele ser se não se tomar o cuidado de não se ficar marcado o resto da vida por ela.
A marca de um olho a vigiar e controlar cada indivíduo, é vista em todos os lugares por olhos que veem e não o enxerga. Estamos nus diante do olho da tecnologia!
Anderson Luiz